Isolda era uma mulher solitária que vivia em uma cabana isolada nas profundezas de uma floresta remota. Conhecida na pequena aldeia próxima por sua habilidade com ervas e remédios naturais, era frequentemente chamada de “bruxa” pelos aldeões, não por maldade, mas por respeito ao seu conhecimento. No entanto, o que poucos sabiam é que Isolda possuía um dom incomum: ela tinha sonhos que se realizavam.
Esses sonhos não eram meras coincidências. Eles eram visões detalhadas de eventos futuros. Quando Isolda sonhava, via coisas que estavam prestes a acontecer, e essas visões frequentemente a deixavam em um estado de inquietação, sabendo que algo ruim estava por vir, mas sem poder impedir.
Certa noite, Isolda teve um sonho perturbador. Viu a floresta ao redor de sua cabana em chamas, o fogo se espalhando rapidamente, destruindo tudo em seu caminho. O cheiro de fumaça, o calor opressivo, o crepitar das árvores sendo consumidas pelas chamas — tudo era tão real que ela acordou com o coração acelerado e o suor escorrendo pelo rosto.
Na manhã seguinte, Isolda estava inquieta. Sabia que aquele sonho era um aviso, mas não tinha certeza de quando ou como o incêndio começaria. Decidida a evitar a tragédia, ela começou a tomar precauções. Limpou a vegetação seca ao redor de sua cabana, armazenou água e avisou os aldeões sobre o perigo potencial de um incêndio. No entanto, muitos a ignoraram, acreditando que ela estava apenas sendo supersticiosa.
Alguns dias depois, durante uma noite especialmente quente e seca, o pesadelo de Isolda se tornou realidade. Um incêndio começou nas partes mais profundas da floresta, provocado por faíscas de uma fogueira mal apagada deixada por caçadores. As chamas se espalharam rapidamente, alimentadas pela vegetação seca e pelos ventos fortes.
Isolda agiu rápido. Correu para a aldeia e alertou os habitantes, muitos dos quais finalmente compreenderam a seriedade da situação. Os aldeões, com a ajuda de Isolda, começaram a lutar contra o fogo com todos os meios disponíveis — baldes de água, pás, e até criando aceiros para impedir que as chamas chegassem às casas.
Enquanto o incêndio rugia ao seu redor, Isolda se manteve calma e focada, usando seu conhecimento de plantas para preparar compressas e remédios para os feridos. Sua experiência e liderança foram cruciais para organizar os esforços de contenção do fogo. Graças à sua previsão e ações rápidas, a aldeia foi poupada de uma destruição completa, embora uma parte significativa da floresta tenha sido perdida.
Quando o incêndio finalmente foi controlado, os aldeões começaram a perceber que os “sonhos” de Isolda eram mais do que simples pressentimentos. Ela havia salvado vidas e protegido o que podia. No entanto, Isolda não se vangloriava de seu dom. Sabia que os sonhos eram uma responsabilidade pesada, um fardo que carregava sozinha.
Com o passar do tempo, a história do incêndio e da mulher que o previu se espalhou, tornando-se parte da cultura local. Mas Isolda permaneceu a mesma — uma mulher solitária, devotada ao estudo das plantas e à proteção da floresta. Agora, porém, era vista com ainda mais respeito, quase como uma guardiã silenciosa da natureza. Ela sabia que os sonhos continuariam a vir, e que nem todos poderiam ser evitados. Mas também sabia que, com preparação e coragem, poderia enfrentar qualquer desafio que o futuro reservasse.
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